segunda-feira, 30 de março de 2009

"Abaixo a Secretaria de Cultura de VR"

Em Agosto de 2008 (ano de eleição), a Prefeitura de Volta Redonda aprovou mais ou menos 30 projetos culturais, no valor de 500 mil reais, de música, teatro, literatura, artes plásticas entre outras coisas. O projeto de lançamento do disco da Amplexos (prensagem de 1000 cópias em SMD) estava entre os aprovados, e era um dos mais baratos - já que não previa gravação, mixagem (o disco já estava pronto).
A promessa é que os projetos todos seriam colocados em prática em 3 meses. Durante esses 3 meses, entrei em contato algumas vezes com a Secretaria de Cultura - para saber a situação do projeto - e sempre fui pessimamente recebido pelos funcionários. Má vontade, desorganização e falta de compromisso era comum naquele lugar. Passado o prazo de 3 meses e, coincidentemente (?), as eleições, procurei a Secretaria para ter uma resposta definitiva, que foi:
- Infelizmente, o prefeito suspendeu todos os projetos culturais e, agora, só no ano que vem mesmo é que eles vão sair. Mas pode ficar tranquilo que no começo do ano a gente já começa a procurá-los.
Eu, lógico, não fiquei tranquilo. A tal "Lei de Incentivo à Cultura de Volta Redonda" já havia sido divulgada para toda a imprensa local (Diário do Vale, principalmente) e nacional (Jornal do Brasil, Blogs e Revistas especializadas em música, na internet) e a Prefeitura de Volta Redonda era, então, vista como competente e com a fama de dar estrutura aos seus artistas. A partir da notícia de que os projetos não sairiam (e a partir de todo o tratamento amador que eles me deram sempre) eu decidi que esperaria, mas não divulgaria mais a tal "Lei" e o nome da cidade.
Sexta-feira passada era o "Dia D": Fui até a Secretaria de Cultura, procurei o Moa (o Secretário de Cultura) que, como sempre, "não pode" me atender. Ok, falei com a recepcionista e ela sugeriu que marcássemos uma reunião com ele (depois de muita insistência da minha parte) na próxima sexta (hoje, 27/03). Durante a semana, ela me confirmou a reunião e eu iria até Volta Redonda (já que moro no Rio) só para isso.
Hoje, sexta-feira, 27/03, fui até a Secretaria, disposto a conversar com o Moa sobre o projeto e ter uma resposta definitiva (Vai sair? Não vai? Quando? Que dia?). Chegando lá, ele não me atendeu.
É, ele não me atendeu. Reunião marcada, compromissos meus desmarcados pra encontrá-lo, cheguei às 9:30 (sem nenhum atraso) e... ele não me atendeu. Como assim? Cadê o profissionalismo? Cadê o compromisso?
Enfim... conversei com a Graça (única simpática e atenciosa funcionária de lá), que me disse que o Moa não tinha as respostas que eu queria. Segundo ela, os projetos seriam olhados em Abril ("Mas que dia, Graça?"). Infelizmente, eu não posso mais conviver com essa incerteza e essa falta de compromisso e de profissionalismo. Não queremos mais o apoio da Prefeitura. Em um mês, o disco estará em nossas mãos, pago por nós, com nosso esforço, dedicação e PROFISSIONALISMO.
Eu não quero depender de uma Secretaria de Cultura que não sabe dar estrutura para o artista que faz um trabalho relevante. Não quero me envolver com pessoas que me tratam como um amador, como uma criança. Não quero ter que fazer negócios com um Secretário de Cultura que está lá há 12 anos e nunca ajudou a nenhum artista, dando base para que ele aparecesse nacionalmente; um Secretário de Cultura que não vê diferença entre "Chico Buarque" e "MC Créu"; um secretário de cultura que não conversa com os artistas pois tem medo de não saber responder o que eles perguntam.
Não quero.
Não dependemos deles. E se depender da Amplexos, a guerra está declarada.
Abraços carinhosos e esperançosos a todos.
Guga
www.amplexos.com
www.myspace.com/amplexos

domingo, 29 de março de 2009

CACOS/UBM realiza Seminário de Comunicação

 Nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril acontecerá o “3º Seminário de Comunicação Social” organizado pelo Centro Acadêmico (CACOS) do curso. O evento deste ano conta com o apoio e a parceria do Diretório Central dos Estudantes do UBM (DCE/UBM) e da Pró-Reitoria Comunitária. Serão três dias de discussão onde serão abordado temas de extrema relevância para a formação de profissionais da área. 

No primeiro dia acontecerá a “4º Conversa Regada” com o tema “Esporte e Comunicação – Uma parceria que dá jogo”. Serão quatro profissionais com experiência em comunicação, na área esportiva, reunidos no Bar Sarau (próximo ao UBM) em uma mesa redonda para contar para os alunos um pouco de suas carreiras. “O Conversa Regada é um projeto da gestão anterior do CACOS. O primeiro aconteceu em 2006, pois acreditamos que as melhores conversas sempre acontecem em uma mesa de bar”, lembra Fabiana Longo, Coordenadora do CACOS e Diretora de Comunicação Cultura e Arte do DCE/UBM. “Os alunos reclamam sempre que as palestras não são voltadas para publicidade. Nessa mesa teremos um publicitário esportivo formado pela ESPM, que virá de São Paulo para o nosso evento”, conta. Os outros membros da mesa serão uma assessora de imprensa e um comentarista esportivo. 

No segundo dia acontecerão seis Grupos de Discussão (GD). Os temas são: Publicidade Governamental; Jornalismo Colaborativo; Comunicação e Mentira; Manipulação de Linguagem; Comunicação na Época da Ditadura e Publicidade: O Promocional com uma pitada de Institucional. Os GDs acontecerão nas salas de aula e as inscrições serão feitas na hora. “Esse formato de GD (Grupo de Discussão) é muito utilizado em eventos do Movimento Estudantil, faz-se a abertura do debate com uma explanação sobre o tema, depois os presentes participam com intervenções e perguntas.”, explica Shimeiny Nunes, Presidente do DCE/UBM e Diretora do Sul Fluminense da União Estadual dos Estudantes UEE/RJ.

 No dia 2, quinta-feira, o último dia do evento, teremos uma mesa redonda no Salão Nobre Professor Jayme Dantas. O tema é "Novos Rumos da Comunicação Alternativa: Mídia Livre e Creative Commons”, com as presenças de Oona Castro (Intervozes); Tião Santos (Movimento Viva Rio) e Leandro Chemalle (UFSCar/UFABC). O mediador do debate será o professor Álvaro Britto. “Essa discussão será de grande importância para ampliarmos nosso conhecimento sobre direitos autorais e sobre a Conferência de Comunicação que está prevista para dezembro”, orienta Fabiana.  O evento é gratuito será aberto para toda a comunidade. Os alunos de Comunicação estão dispensados das aulas e suas presenças contarão como horas de atividade complementar.

Deputada Inês Pandeló declara apoio à Conferência Nacional de Comunicação


Durante o 1º Encontro Pró-Conferência Nacional de Comunicação do Sul Fluminense, promovido pelo Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense (FMLSF) e realizado no sábado, dia 28, no plenário da Câmara Municipal de Volta Redonda, a deputada estadual Inês Pandeló (PT) declarou apoio à causa e pôs seu mandato à disposição da militância. "Parabenizo a iniciativa de vocês. Eu estava no Fórum Social Mundial quando ouvi a notícia da Conferência Nacional", disse, referindo-se ao anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito naquela ocasião. 

Para Inês Pandeló (foto), o tema há muito exige uma ampla discussão no Brasil. "É preciso que haja uma tomada de posição nesse sentido. O que vemos hoje são rádios comunitárias sendo tratadas como marginais. Sou a favor da liberdade de expressão e penso que espaço para se expressar tem que haver em todo país que se diz democrático", comentou a deputada, oferecendo apoio através de seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). "Podem ter no meu mandato um apoio real", prometeu.

Ainda durante o evento, a parlamentar afirmou que marcará uma audiência pública na Alerj - através da Comissão de Cultura - para que o assunto seja debatido. "Vou falar com o (deputado) Alessandro Molon, que é presidente da Comissão de Cultura, para marcarmos uma audiência sobre a Conferência", garantiu Inês.

O 1º Encontro Pró-Conferência Nacional de Comunicação do Sul Fluminense teve a participação de cerca de 50 pessoas, entre representantes da sociedade civil organizada, assessores políticos - como os do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) -, estudantes, representantes do movimento estudantil de Volta Redonda, Barra Mansa e Resende, de sindicatos de classe, dos movimentos de negros e mulheres, e da Igreja Católica, através das pastorais de Comunicação e Infância da Cúria Diocesana de Volta Redonda e Barra do Piraí. Representando as rádios comunitárias e compondo a mesa de debates, Carlito Vieira, diretor da Abraço/RJ.


Em sua palestra, a psicóloga Noely Godoy, representante do Conselho Regional de Psicologia e integrante da Comissão Estadual Pró-Conferência, abordou a importância da Conferência Nacional de Comunicação e fez uma exposição acerca da produção de subjetividade na mídia. Já o engenheiro Telmo Lustosa, diretor do Clube de Engenharia e também integrante da Comissão Estadual, lembrou o histórico da legislação brasileira acerca das Comunicações e ressaltou a importância de que ela seja revista pelo governo federal. Coisa que só poderá acontecer, segundo ele, com a realização da Conferência.

De acordo com um dos diretores  do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro, Álvaro Britto, há grande expectativa de que, em breve, o governo federal publique decreto convocando a Conferência. "A Conferência envolverá o Poder Público - federal, estadual e municipal -, empresários - principalmente os de comunicação -, e a sociedade civil. Nosso objetivo hoje (ontem, sábado, dia 28) é fazer o debate com a sociedade civil", frisou.

Após a realização do painel "Conferência Nacional de Comunicação: o que é, quem participa e importância", houve uma plenária para decidir quais serão os próximos passos do grupo no Sul Fluminense.  Dentre outras decisões aprovadas na plenária, ficou acertada uma reunião, a ser realizada no próximo dia 25/04, às 14h, no Clube Foto Filatélico de Volta Redonda. Além disso, também foi levantada a possibilidade de produzir materiais didáticos sobre a Conferência, para que sejam distribuídos em associações de moradores, sindicatos, escolas etc. O engenheiro Bebeto, companheiro do jornal alternativo Valença em Questão, sugeriu que se façam 'caravanas' da Pró-Conferência em municípios da região para conscientizar e aglutinar mais pessoas ao movimento. 


segunda-feira, 23 de março de 2009

UBM PROMOVE PALESTRA SOBRE COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA
Por Maninho

sexta-feira, 20 de março de 2009


Contribuição: Clovis
Clik no cartaz para ver melhor
Por Maninho

SJPERJ denuncia comportamento antidemocrático da SIP .

quarta-feira, 18 de março de 2009

Minicom envia ao Planalto sugestão de tema da conferência de Comunicação
Por Lúcia Berbert17 de março de 2009
Postado por Abraço RJ

domingo, 15 de março de 2009

Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense faz seu 1º encontro pró conferência de comunicação .

Região Sul Fluminense, 14 de março de 2009

Prezados(as),

O presidente Lula anunciou, no Fórum Social Mundial, a realização da I Conferência Nacional de Comunicação, uma antiga luta do Movimento pela Democratização da Comunicação. O decreto presidencial oficializando a convocação da Conferência é esperado para breve. Ele deverá ser seguido por portaria regulamentadora do Ministério das Comunicações, que detalhará calendário, etapas, organização e critérios de participação na Conferência. Entretanto, há uma proposta de calendário indicando que as etapas municipais e/ou regionais deverão acontecer até 22/06/2009, as estaduais até 15 de setembro e a nacional em dezembro (1, 2 e 3/12/2009).

A Conferência deverá ter caráter amplo e democrático, abrangendo representações do governo, da sociedade civil e empresários. Ela será nacional, mas deverá contemplar, no mínimo, etapas regionais e estaduais, quando haverá discussão do tema, apresentação de propostas e eleição de delegados. Os objetivos do evento são, dentre outros, identificar os principais desafios relativos ao setor da comunicação no Brasil, fazer um balanço das ações do Poder Público na área e propor diretrizes para as políticas públicas de comunicação.

Extremamente concentrada e tratada como mercadoria, na imensa maioria das vezes a serviço da ideologia dominante, a comunicação de massa tem sido utilizada freqüentemente como instrumento de criminalização dos movimentos sociais. Cresce, entretanto, a defesa da Comunicação como direito humano, principalmente no tocante à soberania nacional, liberdade de expressão, inclusão social, diversidade cultural e religiosa, questões de gênero, raça e opção sexual, convergência tecnológica e a regionalização da produção.

Há quase dois anos funciona a Comissão Nacional Pró-Conferência de Comunicação, com representantes de várias entidades e movimentos nacionais da sociedade civil organizada. Aqui no RJ, funciona desde o primeiro semestre de 2008 uma Comissão RJ Pró-Conferência, composta por entidades e movimentos fluminenses. É urgente e necessária a criação de uma Comissão Pró-Conferência da Região Sul Fluminense.

Até a realização das etapas da Conferência, caberá aos movimentos sociais organizados conscientizar e mobilizar a população sobre a sua importância. Esse processo, para ter sucesso, deverá envolver muito além dos profissionais e entidades ligadas à Comunicação. Ele precisará contar com a participação efetiva do conjunto da sociedade civil organizada, a maior interessada na democratização da Comunicação no país.

É com esse objetivo que convidamos a sua entidade a participar e apoiar a divulgação da reunião, promovida pelo Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense, que pretende reunir profissionais de Comunicação, rádios e outros veículos de comunicação comunitários e alternativos, representantes de movimentos populares, sindicais, estudantis, culturais e sociedade civil em geral da Região Sul Fluminense, e acontecerá no próximo dia 28 de março de 2009, sábado, das 14 às 18 horas, no Plenário da Câmara Municipal de Volta Redonda, sito à Avenida Lucas Evangelista, Aterrado.


Programação:


14 h - Recepção e credenciamento

14h30 - Painel: Conferência Nacional de Comunicação: o que é, quem participa e importância
Expositores: Membros da Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação do RJ
15h30 - Esclarecimentos e debate


16h15 – Café


16h30 - Plenária: Mobilização dos movimentos sociais, calendário de atividades, Conferência Regional e organização da Comissão Pró-Conferência de Comunicação do Sul Fluminense


18h00 - Encerramento


Cordialmente, Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense

Contatos e mais informações pelo e-mail midiainsana@gmail.com ou pelos telefones (24) 8802-5565 - José Roberto (Maninho); (24) – 9976-7742 - Leslie; (24) 9828-1840 - Lívia; (24) 9918-2329 – Alvaro Britto.

MEC realiza consulta pública sobre diretrizes curriculares do Jornalismo .

contribuição para o debate

Ivana Bentes Escola de Comunicação da UFRJ

terça-feira, 10 de março de 2009

"Então, me excomungue..."


O site "Em dia com a cidadania", que tem entre seus colaboradores o jornalista Ignacio de Loyola Brandão e a escritora Ruth Rocha , lançou nesta segunda, dia 9, a campanha "Então, me excomungue...", direcionado à Igreja Católica. O movimento é uma 'resposta' à excomunhão da equipe médica que operou a menina pernambucana de 9 anos, grávida de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto (que, aliás, não foi excomungado pelo arcebispo de Olinda e Recife (PE), José Cardoso Sobrinho (foto). 
A lógica dos militantes é de que se a Igreja Católica considera 'crime espiritual' um aborto praticado para salvar a vida de uma criança de 9 anos; e se, por isso, excomungou os médicos que a salvaram, também deveria excomungar padres pedófilos que, de acordo com o site, são "absolvidos pelo silêncio do Vaticano".  "Se tenho que concordar que aborto seja um fato pior do que o estupro, mais 'pecaminoso'.... Então, me excomungue... ", diz o texto do abaixo-assinado.

Quem quiser participar pode clicar aqui.

*Imagem retirada do site da Arquidiocese de Olinda.

sábado, 7 de março de 2009

OPINIÃO

Contra a intolerância

Por Helena Brunet *

(colaboradora do Mídia Insana)

 

            O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) tomou esta semana uma decisão inédita. Ajuizou uma ação civil pública contra a Rede Record – comandada pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) – e a TV Gazeta pela suposta discriminação das religiões de matriz afrobrasileira – Candomblé e Umbanda, principalmente – em sua programação. Segundo o MPF, os programas religiosos exibidos nas redes de TV citadas utilizam há muito tempo expressões que discriminam e ridicularizam as religiões afro. Querem um exemplo? Chamar, pejorativamente, os orixás e entidades das duas religiões de ‘demônios’, ‘espíritos imundos’, ‘encostos’. Dizer, entre outras, que umbandistas e candomblecistas servem ao diabo e, por isso, não terão direito ao Reino dos Céus.

            Tais afirmações, que seguidores da Umbanda e do Candomblé acham absurdas, já são polêmicas partindo do princípio de que fé não se discute, se respeita. E tornam-se ainda mais quando ditas em um canal de televisão. Isso porque, embora muita gente não saiba, a concessão de emissoras de rádio e tevê, no Brasil, são dadas pelo governo federal. Significa dizer que todos os canais da tevê aberta pertencem, pelo menos teoricamente, ao povo brasileiro. E partindo do princípio de que vivemos em uma República laica – ou seja, que não toma decisões baseada em religião alguma – pode-se dizer que o comportamento da Record e da TV Gazeta é irresponsável. Ainda mais porque o discurso dos programas religiosos de ambas as emissoras baseia-se em atacar todas as religiões – incluindo o kardecismo, o catolicismo e o budismo – que não estão de acordo com o que eles (os produtores dos programas) consideram ‘correto’.

            Ressalto, contudo, que o mesmo enfoque deve ser dado a qualquer outra emissora que, valendo-se de uma concessão pública, sinta-se no direito de tratar desrespeitosamente a crença alheia. Isso vale para protestantes, evangélicos pentecostais e neopentecostais, católicos, umbandistas, candomblecistas, espíritas, espiritualistas, budistas, hinduístas etc. Mas e a liberdade de expressão?, alguém pode questionar. Liberdade de expressão é um privilégio, mas todos concordam – menos os fundamentalistas de plantão, obviamente – que tal benesse deve ser utilizada com bom senso e responsabilidade. Afinal, como diz a sabedoria popular, o direito de um termina quando começa o do outro.

Segundo o que foi divulgado pela imprensa, a procuradora regional dos Direitos do Cidadão e autora do processo, Adriana da Silva Fernandes, afirmou que as emissoras não podem fugir da responsabilidade ao exibir programas do tipo, mesmo que sejam feitos por produtoras independentes. De acordo com ela, “a Record e a Gazeta são responsáveis pelas ofensas às religiões de matriz africana, desferidas reiteradamente pelos programas religiosos veiculados em sua grade de programação”.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que as duas emissoras são enquadradas por desrespeitarem a liberdade de crença. Segundo o MPF-SP, em abril de 2008 o Ministério das Comunicações aplicou uma multa de R$ 1.012,32 (irrisória, diga-se de passagem) à Record e à Gazeta por ofensas  às religiões afrobrasileiras. Parece que não foi o suficiente. E foi este motivo o alegado pela procuradora Adriana da Silva para ajuizar a ação. Em entrevista ao ‘Ultima Instância’, ela destacou que os programas religiosos exibidos pelos canais ferem direitos fundamentais, como a liberdade de crença e o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Para Adriana, “o abuso praticado pelas rés contraria a dignidade da pessoa humana,(...) bem como os próprios objetivos de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, com a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. É difícil não concordar com ela. Ao ajuizar a ação, a procuradora pediu uma indenização equivalente a 1% do faturamento das empresas – o correspondente a R$ 13.600.000,00 para a Record e R$ 2.424.300,00 para a TV Gazeta.

A indenização, segundo Adriana da Silva, poderá ser revertida para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos. Melhor: a liminar expedida pelo MPF-SP pede que as emissoras interrompam a exibição dos programas que tratem desrespeitosamente os cultos de origem afrobrasileira, sugerindo multa diária de R$ 10 mil caso elas descumpram uma possível decisão da Justiça. Portanto, cabe nós, defensores de uma mídia livre, justa e igualitária, acompanhar de perto este caso e cobrar medidas efetivas por parte do Poder Público, de modo que a intolerância disseminada por empresas como a Record  e a TV Gazeta tenha fim. É responsabilidade de todos.

 * Helena Brunet é jornalista, ativista da Mídia Livre e umbandista.

Confira alguns vídeos a respeito deste assunto:




segunda-feira, 2 de março de 2009

Midialivristas do Sul Fluminense em ação

Conscientizar a sociedade civil quanto à urgência da Democratização da Comunicação e mobilizá-la. Esta é a tônica do Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense, que tem como integrantes jornalistas, estudantes de Comunicação, radialistas e representantes de movimentos sociais, dentre outros. Em reunião na sede da Associação de Rádios Comunitárias do Sul Fluminense (ARCOM), em Volta Redonda/RJ, na manhã de sábado, dia 28 de fevereiro, a importância de agrupar associações, organizações não-governamentais, parlamentares progressistas, sindicatos de classe e movimentos sociais e culturais de toda a região na luta por uma mídia democrática, que priorize a pluralidade de opiniões, foi ressaltada.

Para dar o pontapé inicial da luta do Sul Fluminense, foi realizado em novembro de 2008, em Volta Redonda, o I Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense, que reuniu cerca de 60 militantes dispostos a engajar-se na causa e levar o debate a todos os setores da sociedade. Mas não parou por aí. Para fortalecer o movimento e garantir uma discussão ampla e irrestrita sobre o tema, o Fórum de Mídia Livre já está organizando vários eventos para este ano, na intenção de criar espaços adequados para o debate. Um desses espaços é a Conferência Regional de Comunicação, que reunirá representantes de todos os municípios do Sul Fluminense , como uma etapa da Conferência Nacional de Comunicação, que deverá ser convocada em breve pelo Governo Federal .
A próxima oportunidade para discutir o tema será em 28 de março, das 10h às 18h, em Volta Redonda/RJ. Mais informações serão divulgadas aqui tão logo seja definido o local do encontro. Portanto, fiquem atentos ao Mídia Insana!

Conferência Nacional de Comunicação

Midialivristas de todo o Brasil estão na expectativa da Conferência Nacional de Comunicação, a ser convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que deve acontecer nos dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2009, em Brasília (DF). A Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação - atuante desde junho de 2007 e composta por mais de 30 entidades da sociedade civil de âmbito nacional, além das Comissões de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), de Ciência de Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e de Legislação Participativa (CLP) da Câmara dos Deputados e pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal – reivindicou a realização do evento baseada em algumas premissas.

Uma delas é que a Conferência terá caráter amplo e democrático, abrangendo representações do governo, da sociedade civil e empresários. A Conferência será nacional, mas deverá contemplar, no mínimo, etapas estaduais, quando haverá discussão do tema, apresentação de propostas e eleição de delegados para a Conferência Nacional, cuja convocação caberá ao Governo Federal, pelas instâncias adequadas. Os objetivos do evento são, dentre outros, identificar os principais desafios relativos ao setor da comunicação no Brasil, fazer um balanço das ações do Poder Público na área e propor diretrizes para as políticas públicas de comunicação.

De acordo com a CPC, a Conferência tratará da Comunicação como direito, principalmente no tocante à soberania nacional, liberdade de expressão, inclusão social, diversidade cultural e religiosa, questões de gênero, convergência tecnológica e a regionalização da produção. Os debates da Conferência serão organizados em torno de três eixos: Meios de Comunicação (televisão aberta, rádio, internet, telecomunicações por assinatura, cinema, mídia impressa e mercado editorial); Cadeia Produtiva (processos de produção, provimento, distribuição e recepção) e Sistemas de Comunicação, que se agrupam nas categorias público, estatal e privado.

Até o momento, sabe-se que a Conferência Nacional de Comunicação, a ser convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, deverá acontecer nos dias 1, 2 e 3 de dezembro de 2009. Até lá, caberá aos militantes de todo o país – inclusive os do Sul Fluminense – conscientizar e mobilizar a população para este que poderá ser o grande marco da Comunicação no Brasil.

FML Sul Fluminense apóia participação da ENECOS na Comissão Organizadora Nacional

O Fórum de Mídia Livre do Sul Fluminense elaborou uma carta dirigida à Comissão Pró-Conferência Nacional de Comissão (CPC), apoiando a participação da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (ENECOS) na Comissão Organizadora Nacional do evento. Para o movimento, a Conferência definirá os rumos que a Comunicação tomará em nosso país nos próximos anos e, por isso, torna-se fundamental a participação efetiva dos estudantes de Comunicação no processo, já que são a maior força para manter a durabilidade dos rumos que forem concretizados na Conferência Nacional de Comunicação. “Estes estudantes, que se orientarão pelas mudanças definidas pela Conferência desde o início de sua vida profissional, não podem ficar à parte desse debate”, diz a carta.

O FML Sul Fluminense entende que a ENECOS é o único órgão nacional com legitimidade para representar os estudantes de Comunicação Social em todo o Brasil, além de ser a única entidade estudantil que atua na CPC. “Na sua composição e atuação, a ENECOS incita um diálogo constante entre academia e sociedade, revitalizando a primeira e prestando contas à segunda, fazendo valer a construção de um conhecimento socialmente produzido e compartilhado, digno daqueles que seguem na luta por uma comunicação democrática que se afirme como direito humano e, portanto, de representar a sociedade civil nesta Comissão Organizadora Nacional”, defende o movimento.A carta será entregue à Comissão Pró-Conferência Nacional de Comunicação ainda esta semana pelo jornalista Álvaro Britto, integrante do FML Sul Fluminense.

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